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Haver... Havia.... Não era grande coisa... Mas haver havia...
Fonte das Imagens: Própria
Já lá vão uns tempos sem recordar a "minha" Barcelona. Recordo-me de Barceloneta, da minha morada em Ausiàs March, do percurso do Passeig Lluís Company até à Torre Agbar sem esquecer a Ciutadella e os momentos bem regados no Port Olímpic. Hoje, e posto que deixei Barceloneta no último artigo, continuo a caminhar junto ao mar percorrendo o Port Vell (Porto Velho)...
O Port Vell, para mim, é mais que um espaço comercial, alvo de algumas obras de modernização que levaram à construção do Oceanário e do Maremágnum (centro comercial). Daqui, e enquanto caminhamos junto ao mar, assistimos ao movimento do porto de Barcelona enquanto vislumbramos Montjuic cada vez mais perto. É um óptimo passeio para o fim de tarde e se possível nada como fugir do movimento frenético da Rambla de Mar e seguir até ao fim do molhe.
Todavia, as grandes atracções, para mim, além da paisagem natural, são o antigo edifício neoclássico da alfândega e o Museu Marítimo de Barcelona que ocupa o local onde se encontravam as "Reales Atarazanas" o grande arsenal da coroa de Aragão! Quem aprecia o mar e arquitectura tem aqui um espaço de visita obrigatória e que, no fundo, nos transporta para outras épocas num local calmo e pacíficio longe do sempre espectacular bulício de Barcelona, sobretudo no "Passeig de Colom". É também aqui que Cristovão Colombo, do alto do seu pedestal de 60 metros (construído para a Exposição Universal de 1888 e que celebrava a descoberta da América) contempla a cidade e o mar. Além das figuras históricas, são os leões, na base, que me fascinam...
Deixando uma azáfama mais turística, entramos na zona de "Drassanes". Drassanes não é mais que o sinónimo das "Reales Atarazanas" e era o nome catalão para as mesmas: "Drassanes Reials de Barcelona".
É por detrás do Museu, num bairro extremamente interessante e onde me aconselhavam a não ir à noite que encontrei mais um dos meus recantos preferidos da cidade. Encontramos por aqui todas as culturas num pequeno bairro nas traseiras do Museu Marítimo... Já estamos no "Raval".
Ao percorrermos as ruas percebemos que as influências africanas e do médio-oriente estão presentes, não só nos rostos mas também no vestuário e, especialmente no aromas e nos mercados... É impossível não nos deixarmos contagiar pelo cheiro a boa comida e seguir o mesmo até encontrarmos um lugar, que nem sempre é o mais atraente, mas que nos faz sentar e apreciar aquele recanto multicultural da cidade... Não foram poucas as vezes que por lá deambulei também durante a noite, e nunca senti receio ou fui alvo de qualquer abordagem mais hostil.
É também caminhando por estas ruas, presas entre a Avinguda del Paral·lel e a Avinguda de les Drassanes, que, em pleno "Raval" iremos encontrar um pequeno, mas peculiar, mosteiro românico beneditino de finais do século IX - o Mosteiro de "Sant Pau del Camp". É um espaço singular, com uma igreja em cruz grega de apenas uma nave. O movimento de culturas nas ruas que ladeiam o mosteiro é apreciável e encantador.
Será pois, aquecendo o meu corpo, pois para lá de Montjuic o sol já se despede, que ficarei por aqui a saborear uma "shorba baidha" (sopa branca) e a apreciar a companhia de um argelino e de um catalão que me vai contando a história do Raval e do seu passado de má fama...
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