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Haver... Havia.... Não era grande coisa... Mas haver havia...
Imagens: Robinson Kanes e GC
De repente, as rodas travam e numa brusca viragem à direita segue-se em direcção ao mar! "Mas porque é que foi esta manobra?" perguntas... Mais um daqueles momentos em que o automóvel deixa o alcatrão e investe por caminhos onde as pedras saltam à passagem dos pneus.
Estamos entre Comillas e San Vicente de la Barquera... O dia já vai querendo despedir-se, a chuva ameça cair em força mas chega até nós em modo "molha-tolos". Caminho inacessível! Voltamos para trás, o carro lembra-nos as viagens aos Açores, com as cavas cheias de lama e esterco. Voltar atrás, novo caminho -"não me metas aí o carro" e lá se vai o branco nacarado - e eis que chegámos a uma pequena estrada de alcatrão... Encontramos a igreja, lá no alto, com o seu cemitério, pois sem ele e as suas promessas de vida eterna, arrisca ficar sem clientela.
Paramos... Contemplamos o mar e os prados da Cantábria, sobretudo quando, mais uma vez, nos vamos despedir deste pedaço de terra... Onde fica a Igreja? Não conto, fica para nós! Mas é uma das melhores vistas da Cantábria!
Estamos perto de San Vicente de la Barquera e como manda a tradição (a nossa), é preciso parar à entrada da ponte e apreciar o estuário com as montanhas de um lado (já se avistam os Picos da Europa) e o mar cantábrico do outro. Chove ainda, pouco, mas o suficiente para molhar os nossos rostos, o nosso cabelo que já pede uma lavagem. Cuidado, a chuva já não molha só tolos, vai ficando mais grossa... Ficar por ali... Simplesmente ficar a apreciar a ria. É o que mais nos encanta nesta vila piscatória, com o seu castelo e a famosa "Iglesia de Santa María de los Ángeles". Gostamos de estar por lá, descer à praia e beber o ar da montanha em perfeita harmonia com o a brisa marinha.
As pontes, o colorido das embarcações, os ecossistemas e uma luz (ou falta dela) que nos transporta para aqueles dias carregados em que a ida ao mar é mais atrevida e onde o sustento dos homens da faina pode trazer a morte.
Apesar de pequena, esta vila é carregada de história, com a sua origem romana (consta) até à ponte de "Maza" mandada construir pelos Reis Católicos, não fosse este um ponto de passagem fundamental entre a Cantábria e as Astúrias.
E por falar em Astúrias, Llanes está perto... É hora de fazer pouco mais de 30 km e partir em direcção às Astúrias. A diferença é reduzida, mas existem pequenos apontamentos que tornam as terras do Principado ligeiramente diferentes da Cantábria.
Mais uma vila junto ao mar, histórica e com um património invejável! Llanes foi também vila baleeira e hoje o porto é uma pequena amostra do que outrora foi a azáfama naquela terra.
De destacar a muralha e claro, a "Basílica de Santa María del Conceyu", data do século XII. Também não faltam edifícios de impar beleza como o "Casino de Llanes" e palácios nobres!
A praia é também um dos atractivos especialmente a "Playa del Sablon". Mas deambular pelo casco antiguo e terminar essa caminhada junto à comunhão do Carrocedo com o mar é algo que não deixa ninguém indiferente. Começar o dia com esse percurso e terminar com uma tortilla de patata enquanto os comerciantes ainda iniciam a montagem das suas bancas é a experiência perfeita para ainda sentir o pulso à vila e imaginar o convívio entre pescadores e agricultores!
A simpatia da Cantábria também aqui não sofre grandes diferenças e o tardio despertar também não, ou não estivéssemos em Espanha. Llanes é talvez uma daquelas vilas que podem ser o fim e o início de um dia de viagem, a aurora e o crepúsculo! Perder um destes momentos pode levar a que só possamos trazer "metade" da vila connosco.
E ainda só entrámos nas Astúrias, mas até a "fabada" já tem outro sabor... Sobretudo se confeccionada com os sabores do mar...
P.S.: Praias? O que não falta são praias! Quem quiser saber mais pode consultar este site e fazer download da APP - lá encontra também uma lista (por comarca) das praias asturianas. É super completa com os itinerários, descrição e infraestruturas entre outras informações muito úteis! Perfeito!
Venga!
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