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Haver... Havia.... Não era grande coisa... Mas haver havia...
Fonte da Imagem: Própria.
Como vê a malta do bairro, iletrada e sem visão, a vida pública e o status quo? Permitam-nos, mas temos de sair cedo de casa e chegar tarde para auferir os 557 euros que conseguimos naquele trabalho onde fomos escolhidos pelo nosso mérito, pelo que, perdoem-nos algumas falhas. Nós não temos voz porque preferimos ficar agarrados aos nossos valores e não pretendemos ser “boa onda”.
O Exame Nacional de português não vai ser repetido. Dizem que serão encontrados os culpados. Digamos que é o mesmo que colocar um vídeo com conteúdo sexual da Kim Kardashian na internet e ao fim de um mês procurar encontrar todos aqueles que fizeram o download! Ao fazer isto, o Ministério da Educação, sim... O Ministério da Educação está a dizer aos futuros trabalhadores e líderes deste país que tudo é permitido desde que não se seja descoberto ou que o aparato seja tanto que não justifique uma intervenção radical. Liderar pelo exemplo diz-se muito por aí... Diz-se...
A malta do bairro dá os parabéns por estarmos a ensinar aos nossos jovens que o crime compensa! Depois admirem-se de se candidatarem a um concurso público e o selecionado ser da família de Carlos César e nem ter passado pelas provas que vocês passaram.
O Governo (este e muitos outros) tem sido um grande defensor da protecção civil... Não! Tem sido um grande defensor do SIRESP. Adquirir um sistema ao dobro do preço do espanhol, altamente falível e envolver alguns amigos que trabalham pro bono (sempre pro bono, como se existissem almoços grátis...) é o que está a dar... E o Tribunal de Contas até discordou, mas afinal quem é o Tribunal de Contas neste país? Uma espécie de Presidente da República que fala pouco, mas quando fala toca realmente na ferida, a diferença é que ninguém o ouve - dizem que não é afectuoso na abordagem - além disso, o debate sobre quem teve culpa nos fogos passou a assentar no SIRESP... Enquanto for o SIRESP não se pensam nos verdadeiros culpados. Mais uma vez, compram-se umas antenas e diz-se que as coisas estão a funcionar bem e problema resolvido...
Ainda a propósito de amigos e festa, parabéns pela mediocridade de um povo que vibra mais com flatulência do que com situações realmente sérias. E como é bom vê-los pelas ruas, pelo digital, pela rádio e pela televisão a usarem um termo como se sentissem alemães de Lubeck que acabaram de chegar às Canárias! Não foi só o Direito, os Esgotos, a corrupção e a Fábrica da Louça de Sacavém que herdámos do tempo dos Romanos, também foi o “Pão e o Circo”. Desde que nos sejam impingidas certas figuras a toda a hora e se passe a imagem de que é cool, estamos no caminho certo para gozar com a nossa própria cara, mas sem darmos por isso... Numa coisa um certo indivíduo tinha razão quando por outras palavras disse isto: "meus grandes palermas, vocês comem tudo o que vos dão, desde que meia-dúzia de pseudo-celebridades e jornalistas a soldo digam que eu sou cool".
A conversa e imagens estupidificantes sobre flatulência revelam a inteligência de muito boa gente. A malta do bairro é iletrada, deve ser por isso que não compreende este aparato... Perdoem-nos, não andámos nas melhores escolas nem tivemos a melhor educação para alcançar tal patamar de inteligência!
Finalmente... Sempre gostámos dos concertos solidários. Faz-se um espectáculo que ajuda sempre à imagem dos artistas e todos pagamos a factura dos estragos mas não exigimos que os responsáveis pelos estragos se sentem numa sala de audiências. É uma espécie de juntar o útil ao agradável, senão veja-se: vamos cantar e dançar a um preço simpático, colocamos umas fotos para mostrar que lá estivemos e, além de sermos muito solidários, mostramos que somos malta muito vanguardista.... Além disso, o donativo é uma espécie de penitência pela nossa cegueira colectiva face aos principais assuntos da nação. É como queimar uma vela em Fátima ou deixar uns trocos na caixa das esmolas e nem procurarmos saber para onde vai o dinheiro. A intenção está lá e é o que importa! Estou redimido!
Agora a malta do bairro vai trabalhar, esta noite houve uma rusga e ninguém dormiu, o “Beto Mãozinhas” voltou a roubar duas laranjas da mercearia do “Inácio” e arrisca-se a ser condenado a uns bons anos na prisão. Bem lhe disse a mãe um dia: “vai à escola, não estudes muito, escolhe os amigos certos e depois aprende a estar na sociedade”. Soubesse o Beto quão sábias tinham sido aquelas palavras e nada disto teria acontecido... E logo o “Beto”, que não é capaz de dizer um palavrão sobre flatulência e sentir-se importante com isso... Coisa pouco inteligente...
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