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Haver... Havia.... Não era grande coisa... Mas haver havia...
Autor Francês - Retrato de um General, (Alte Pinakothek)
Fonte da Imagem: Própria
Há uma coisa que nos últimos tempos me tira o sono... Tira-me mesmo, não consigo dormir e perco horas do meu dia a pensar nisso - porque é que a Lusoponte, mesmo quando a ponte Vasco da Gama está parada, não coloca um aviso a desviar o trânsito no sentido Alcochete-Lisboa? Mas isso agora interessa pouco.
O que tenho notado é o facto de hoje em dia existir uma profissão muito importante para os cidadãos e que é a de humorista ou de comentador, sobretudo daqueles que se julgam diferentes e sem "papas na língua" mas mais não fazem do que seguir a tendência, ou aquilo que lhes pedem para fazer.
Para tal, basta falar mais alto, soltar umas chalaças, vestir-se como um miúdo de 18 anos e deixar crescer a barba - tentar fazer rir mas sem tocar nos temas fracturantes. Também podemos sempre reforçar com uns óculos de massa para dar aquele look de pseudo-intelectual mas que frequenta os locais mais badalados da noite periurbana de Copenhaga ou até de Helsinborg.
Apesar de tudo isso, eu pergunto: porque é que todos têm de fazer trejeitos de boca ou com olhos? Porque é que o esgar tem de estar presente? Talvez tenha algumas respostas: primeiro porque somos todos tão especiais e únicos que o ideal é fazer diferente fazendo aquilo que todos fazem - isto que escrevi não se percebe, pois não? Óptimo! Era aí que eu queria chegar.
Uma outra situação, pode estar relacionada com o facto do humorista ou comentador, ao mostrar tal imagem, queira dar a entender que, apesar de ser amigo do povo e de estar com ele, vive num patamar que o coloca acima de todos esses que o devem admirar ou até atirar ovos e tomates podres - sim, quantos não têm sucesso só porque fazem questão de ser mal vistos pelo público? Falem mal deles, mas desde que falem...
Com efeito, volto a colocar uma questão: é doença profissional? Se assim for, as seguradoras, a ACT e a Segurança Social têm de fazer o seu papel, já para não falar de técnicos de segurança e higiene no trabalho com especialidade em humoristas e comentadores com cara de parvos! Penso que isto acontece porque já são poucos os humoristas que são promovidos a especialistas em cultura e literatura só porque, no meio de erros infinitos, dizem uma palavra daquelas que espanta meio mundo - admitamos que esses já têm o seu lugar na praça.
Será que, se a partir de agora, surgir com a sobrancelha bem levantada e com ar de enfastiado com a sociedade - a mesma que eu preciso para ser alguém - me vou tornar um humorista de sucesso? É uma questão de tentar... (a fazer um esgar enquanto olho para o ar e me interrogo sobre um tema que está nas bocas do mundo).
P.S.: Stephen Hawking deixou-nos... Deixou-nos um grande legado... E estas palavras bastarão...
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