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Haver... Havia.... Não era grande coisa... Mas haver havia...
Fonte das Imagens: Própria
A história do Alhambra como um todo é simples. O que hoje vemos de tão belo complexo começou a ser construído com base numa pequena fortaleza no século IX. Todavia, como espaço de reis, vida e intrigas só começou a ser utilizado por Muhammad Ibn Al-Ahmar (Muhammad I) em 1237. Até lá era no Albaicin, a colina em frente deste espaço, que se encontrava o comando do Reino de Granada. Esta mudança levou a um afastamento do povo e ao início das já habituais intrigas palacianas, aliás, o neto de Muhammad I, Muhammad III viria a ser traído e morto em 1308 depois de erguer a Mesquita do Alhambra.
Esta questão das intrigas e das tomadas de poder não é nova... aliás, já tinha referido que estes conflitos levaram a que Granada pudesse cair mais facilmente nas mãos dos cristãos.
É fácil imaginar Aben Hácen do alto do Alcazaba na Torre de la Vela (a mais alta do complexo), mesmo no monte de Sabika, a interrogar-se sobre o que haviam sentido os seus antepassados no século IX... um sentimento de construção e defesa do reino, de espalhar a sua fé e de garantir a permanência do califado por terras da Península Ibérica. Terá sido esse um dos motivos que o inspirou a atacar Zahara e que tão graves consequências trouxe para aquele reino? Nunca saberemos. Saberemos apenas, a versão “oficial” de que alguém iria desembainhar primeiro a espada e que, ao invés dos Reis Católicos, foi Aben Hácen quem o fez.
Terá Aben Hácen, depois de percorrer o complexo trapezoidal do Alcazaba, procurado inspiração na Torre del Homenaje onde Muhammad I aí estabeleceu os seus aposentos? Terão conversado, através dos séculos, sobre o que seria melhor para o reino enquanto o verde dos campos granadinos os incitava com a esperança de um amplo e pacificado território sobre domínio muçulmano?
O que terá pensado Aben Hácen? Os passos que deu pela barbacã do Alcazaba até à Torre de Vela... que lhe disseram os ares que vagueiam pelas torres daquele complexo? Que mensagens daí advieram? Que pensou ao contemplar também o Albaicin e ao olhar, de longe o seu povo? O seu povo que séculos antes também ali habitou numa comunidade castrense dentro daquelas mesmas muralhas?
O resultado de tais pensamentos viria a eclodir com a conquista de Zahara de la Sierra e a provocar as peripécias que tenho vindo a abordar.
Os ventos dos campos granadinos ainda hoje se encontram com a aragem fria da Serra Nevada e encetam um diálogo que ecoa pelas diferentes torres do Alcazaba do Alhambra... talvez ao escutar esses diálogos, bem agasalhados, possamos encontrar resposta para as questões que ainda se levantam.
Para os recém-chegados a esta aventura:
http://naoequenaohouvesse.blogs.sapo.pt/aben-hacen-e-zahara-17518
http://naoequenaohouvesse.blogs.sapo.pt/el-zegri-e-ronda-18287
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