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Haver... Havia.... Não era grande coisa... Mas haver havia...
Fonte das Imagens: Própria.
Em tempos, muito falei aqui do Ribatejo e da minha paixão por aquelas terras que me acolheram. O Ribatejo fez parte da minha infância, parte da minha adolescência e, no fundo, da minha idade adulta. Olho para o Ribatejo como aquela terra que sempre me acolheu bem, mesmo não tendo nascido na lezíria, na charneca ou abençoado pelas águas do Tejo quando ainda o doce não é invadido pelo salgado do oceano.
Nestes dias em que abordamos a selecção e os impactes na identidade nacional, eu retorno ao que é uma região onde ainda se sente o que é ser português e talvez, mais que isso, mediterrânico. É aí que estão os verdadeiros portugueses também, onde ainda encontramos campinos nos campos (e não é só no sentido de atracção turística, bem pelo contrário) e o ar tem um sabor especial, mesmo quando carregado daquele calor que nos obriga a refugiar sob a telha de uma pequena taberna enquanto cheiramos o vinho bafejado pelos ares do Tejo.
Nos campos vemos sempre os seus habitantes, o gado, as aves e aqueles que trabalham desde longos tempos sempre com um espírito de sacrifício único e com um sorriso no rosto. Muitos ainda a remeterem-nos para a literatura de Redol e das vidas duras que estão associados ao trabalho no campo. Mas também as festas e as celebrações dão um ânimo peculiar ao Ribatejo, seja num arraial na Ascensão da Chamusca, seja num qualquer tasco "mal frequentado" em Alcochete!
Percorrer o Ribatejo é, talvez, percorrer um dos lugares da Terra onde Natureza e Homem vivem numa simbiose quase perfeita, onde tudo se une, onde ritos e aspectos naturais ancestrais convivem em harmonia.
Olhar os olhos do gado nas pastagens é outro espectáculo único. Aí podemos passar horas debaixo de uma árvore a escutar o sons daquelas terras mas também a sentir o caminhar dos pesados animais que se alimentam nesta terra fértil. Arrisquemos em levar uma manta, comida e com sorta talvez tenhamos uma bela companhia para almoçar, só temos de apreciar o ruminar, lentamente e olhar o horizonte, por vezes a perder de vista e imaignar: "my dear Ribatejo".
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