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Haver... Havia.... Não era grande coisa... Mas haver havia...
Acabei de receber um telefonema e, do outro lado, perguntam:
-Sabes quem morreu?
-O Mário Soares? – Perguntei eu.
Do outro lado, a resposta crua e dura:
-Não! O George Michael!
Confesso que não procurei notícias, para mim basta-me a notícia da morte e... não fosse ter escrito recentemente um texto sobre Bowie, provavelmente não estaria a escrever este... confesso que abomino os escritos imediatos que surgem após a morte de alguém... desconfio, muito seriamente, que existem pessoas que já têm textos escritos para a morte deste e daquele indivíduo e contam ansiosamente o tempo para os publicar, tal como os "humoristas". Por vezes, ainda o indivíduo está a “fechar os olhos” e já estão a sair artigos e opiniões...
Hoje, e durante os próximos dias, George Michael vai ter mais fãs do que alguma vez teve, chega a hora de todos, especialmente as pseudo-celebridades, dizerem que adoravam o senhor.
Conheci o “Jorge Miguel” tarde... a minha irmã era altamente viciada no senhor, sobretudo durante os anos 80. Mas... durante os anos 80, era eu um miúdo sem qualquer sensibilidade para essas coisas, aliás, não poderia mesmo e a Rua Sésamo era o meu passatempo (graças a Deus que em Portugal não existiam Telteubbies).
Foi, efectivamente, em meados dos anos 90, que ouvindo os discos dos Wham (todos temos as nossas pedras no sapato e... quem nunca fez figuras tristes a dançar o “Wake Me Up Before You Gogo” que atire a primeira pedra”) lá fui entrando no universo deste senhor.
O apogeu deu-se quando ouvi “Jesus to a Child” e especialmente o “You Have Been Loved”. Numa época de miúdo armado em galã, ouvir esta última e passear pela escola de “peito feito” com a mais desejada da turma... a mistura não poderia ter sido melhor.
“Songs From The Last Century” e, mais recentemente, “Symphonica” fizeram-me apreciar, não só as músicas deste senhor, mas a voz (lembram-se que foi o único músico que, após a morte de Freddy Mercury, reuniu consenso entre os fãs de Queen, para o substituir?). Ainda hoje, sinto que vou pegar no último e deixar que ecoe pela sala... afinal, estas coisas têm de ser recordadas com alegria.
People
You can never change the way they feel
Better let them do just what they will
For they will
If you let them
Steal your heart from you
People
Will always make a lover feel a fool
But you knew I loved you
We could have shown them all
We should have seen love through
(Kissing a Fool do álbum “Faith”)
Num mundo, onde as referências, sobretudo na música, vão sendo menos, estas perdas fazem-nos pensar... não na morte dos mesmos em si, afinal a morte faz parte da vida, mas em como vão sendo cada vez menos os bons artistas e como o futuro não é propriamente recheado de qualidade no que a esta temática concerne.
O Jorge Miguel vai continuando por aqui... bem vivo, em cada música, em cada disco e cd que vai girar vezes sem fim, fazendo companhia a outros grandes mestres.
Fonte da Imagem: Própria.
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