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Haver... Havia.... Não era grande coisa... Mas haver havia...
Com as hostilidades, novamente abertas, entre Granada e o Reino de Castelo e Aragão, as estratégias de um lado e outro também se foram aprimorando. Do lado cristão, o Rei Fernando II pediu contenção, pois continuar de imediato a guerra traria consequências nefastas para o país em termos económicos e de recursos, além de que, tomar Granada pela força poderia ser uma acção suicida. Já do lado mouro, sob o comando de Muza, ao serviço de Boabdil, preparava-se a cidade para uma grande batalha e faziam-se incursões por terras católicas como forma de mostrar capacidade de resposta e bravura face a eventuais ataques cristãos.
Estas incursões mouras levaram a que o Rei de Castela e Aragão incentivasse uma política de pilhagem e destruição de todos os campos, vilas e aldeias em torno de Granada. Salvo algumas escaramuças, as ordens do rei foram respeitadas na íntegra, pois lutar contra o inimigo mouro era demasiado arriscado na medida em que esta era destemido e conhecia aquelas terras como ninguém.
Segundo Agápida, Granada chegou a estar envolta num fumo que durou semanas, senão meses, a dissipar-se tal era o inferno ao redor da cidade.
Já Boabdil, procurava no seu povo encontrar mais seguidores e foi nas Alpujarras e na Serra Nevada que encontrou um grande apoio, e que, aliás, lhe permitiu conquistar a fortaleza de Alhandín. Boabdil voltara a entrar vitorioso em Granada e novamente a fazer esquecer o rótulo do derrotado... o rótulo daquele que faria Granada cair. Boabdil chegou, inclusive, a conquistar cidades como Marchena que até então se encontravam nas mãos, do já anteriormente falado e convertido, Cidi Yahye. O ímpeto de Boabdil só viria a ser controlado aquando da tentativa de reconquistar Salobreña, onde o cerco montado por este foi reprimido por mar e terra pelo exército de Castela.
Com a vibração dos tambores da guerra a ecoar por Granada, a azáfama na cidade era imensa e mesmo, em momentos de alguma reflexão sobre a necessidade do combate, foi Muza que elevou a moral das tropas e do próprio rei. Diz Agápida, que se Muza tivesse entrado mais cedo na guerra, provavelmente o destino de Granada poderia ser outro. Muza era um guerreiro de actos, de poucas palavras e dispensava todos e quaisquer floreados numa estratégia de combate.
Granada era agora uma cidade preparada para a luta. Longe de ser a vistosa e resplandecente Granada de outros tempos... só o Alhambra entre a Serra Nevada e o Albayzín (Albaicin) ainda conservava a imponência e a fortaleza de outros tempos.
Fonte das Imagens: Própria
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