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Haver... Havia.... Não era grande coisa... Mas haver havia...
Fotografias: Robinson Kanes e GC
Acabamos uma refeição que nos sabe pela vida no "Pescador". A simpatia, os sabores e o momento para relaxar numa decoração rústica e com artes de pesca, deixa-nos com vontade de regressar.
É hora agora de deambular por Ponta Delgada, apreciar o mar daquela costa e ir ao encontro daquele que será um dos pontos altos desta aventura, pelo menos para nós: o Farol da Ponta do Albarnaz e toda a Costa Norte. Este é um dos faróis mais pitorescos do nosso país e também aquele com maior potência em termos de luminosidade - é aqui que os navegantes oriundos das américas entram na Europa habitada!
O local fala por si, é inigualável e faz-nos esquecer que estamos, efectivamente, em Portugal! Não muito longe, já descendo a costa oeste encontra-se também o Ilhéu de Monchique, este sim o ponto mais ocidental da Europa e ponto de referência para calibrar os instrumentos de navegação e confirmar as rotas daqueles que navegavam no Atlântico. Seguindo em linha recta, não havia como enganar em direcção às américas ou à Europa.
O sol espreita, parece querer dar-nos o postal ideal para aquele momento e também para nos convidar a deixar o carro - pensamos várias vezes antes de abandonar o mesmo e começar a caminhar junto à costa - e é o que fazemos! A panorâmica proporcionada, a companhia dos bichos que deambulam pelas encostas e o aroma do atlântico dão-nos energia para apreciar um local como poucos - e o queijo da Fazenda também, não ficou para trás e trouxemos algum connosco. Foi mesmo sem pão! Em Santa Cruz o pão fresco já tinha acabado para aquele dia e o pão embalado aguardava nova chegada do navio que abastece a ilha.
Não queremos voltar, não queremos mesmo voltar - faz-nos relembrar um certo dia na Terceira em que quase ficávamos em terra porque a vontade de abandonar uma paisagem idílica nos fez perder tempo a mais... Observamos o Corvo... Absorvemos o grasnar das aves... Deixamos que os sons do gado ecoem pelos campos... Sentimo-nos intrusos num território que não é nosso e por isso mesmo ficamos quietos. Deixamos que aquele mundo de uma inquietação pacífica se desenhe perante os nossos sentidos... Somos aliens num mundo que não é o nosso! Gostamos de nos isolar no bulício dos sons da natureza, encontramos aqui mais um local!
A noite já ameaça e queremos terminar a tarde em Santa Cruz, entre um copo e até uma ida à eucarístia - do meu lado, a religião não é prioridade, todavia, quando as celebrações são feitas sem sangue, gosto de assistir e de também presenciar a tradição.
Chegados a "casa", não me entrego a Morfeu sem voltar à porta e olhar, mais uma vez, a nossa companhia daquelas noites - a luz do Farol das Lajes
Amanhã é dia de regresso - vamos regressar, também mais uma vez, a São Miguel... Ou talvez não...
Continua...
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