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Haver... Havia.... Não era grande coisa... Mas haver havia...
Fonte da Imagem:https://pixabay.com/pt/users/JosepMonter-1007570/
E porque é que inauguro o texto com este título? Serei sanguinário? Adoro a tragédia? Gosto da morte? Não... Mas em Portugal só existem incêndios quando morrem muitas pessoas, até lá o país pode arder todo, desde que não chegue perto da praia e incendeie o parque de estacionamento! Pior que um incêndio na praia onde passamos férias é o carro a arder!
Sem mortos e o foco na pessoa humana, parece que nunca é uma tragédia, mesmo que ardam hectares e hectares de flora, morram animais e sejam destruídas infra-estruturas! E as associações do costume, as dos peditórios, onde é que andam? Estão à espera da primeira meia centena de mortes para encaixar mais uns donativos, ou estão na praia? A "solidariedade" também vai a banhos ou também precisa de sangue para ser mais eficiente na recolha do donativo?
Será que o retorno solidário para as celebridades e para os media só existe quando existem muitos mortos? Ou será que falar de números de algo que já aconteceu sempre ajuda a esquecer o que está a acontecer? Podiamos fazer um concerto solidário em Vilamoura - com sorte até se recolhiam mais donativos, mas isso não é cool, não liga bem com sol, biquini e mojitos! Lembro a visita do Papa em que de um momento para o outro todos os portugueses se converteram ao catolicismo praticante e de repente até os ateus partilhavam selfies na Cova da Iria. Ao que sei "também" não se olhou a gastos para prevenir um incidente, doesse a quem doesse...
A verdade é que esta semana está a ter lugar uma calamidade (mais uma) no Centro do País (e se fosse só o Centro...): Mação, Coimbra, Sertã, Castelo Branco, Vila Velha de Rodão e por aí adiante... Mas ainda não morreu ninguém e aconteceu um outro azar: é Julho e é mês de férias... Este ano não foi preciso esperar por Setembro e Outubro para esquecermos os incêndios... Os incêndios de Alijó foram há menos de uma semana, ainda alguém se lembra? Não, agora queremos é festival da Eurovisão... Esperemos é que o fogo não chegue a Lisboa nem às grandes cidades e as pessoas comecem a perceber que o mesmo não se apaga com donativos e que a cidadania não é algo que se venda a troca de uma chamada solidária.
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