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Haver... Havia.... Não era grande coisa... Mas haver havia...
Créditos: Robinson Kanes e GC
Castilla y León fica para trás e com ela também a "Provincia de Burgos", entramos agora na Cantábria. É estranho sentir uma certa saudade da aridez de Castilla y León, ou até da Extremadura... Por vezes, temos a sensação que estamos numa paisagem lunar, sobretudo na segunda região. Naquelas terras há algo que me encanta - o cheiro daqueles solos secos, aquele calor que nos faz suplicar por uma pequena brisa fresca. Isso consegue ser fascinante, sobretudo quando matamos a sede com águas do "Valle del Jerte" e tragamos uma fatia de presunto ibérico enquanto admiramos o quadro criado pelo horizonte!
A Cantábria fecha as portas a essa Espanha e abre-nos um novo mundo, um mundo que desejamos percorrer e onde o verde reina, onde tudo é verde - já pareço Miguel Torga a falar do Minho, onde até o vinho "era" verde. Mas na verdade, entramos numa outra Espanha, num outro mundo onde a natureza é tão pura, em muitos casos praticamente intacta. Sabe-nos bem parar, mesmo em terras mais pequenas como Mataporquera ou Retortillo e ficar a admirar as montanhas junto à igreja!
Sabe-nos bem desviar caminho e percorrer os vales dos rios "Saja" e "Nansa", ou os chamados "Valles Altos del Nansa y Saja" - apetece-nos "beber" aquelas águas, interiorizar aqueles picos, inundar o nosso nariz de aromas contidos num mundo ideal e perfeito! E os ursos! Os ursos da Cantábria... Os ursos e toda aquela fauna de lobos, águias imperiais e tantos outros bichos! Genial... É fascinante poder observar tantas águias imperiais ibéricas (aquila adalberti). Espécie em perigo... São imponentes e belas, mesmo debaixo de um tempo que nem sempre é convidativo, não conseguimos abandonar as montanhas: o espectáculo é único...
É bom percorrer aquelas estradas, seja via A-67 ou até via N-623! É simplesmente belo... Não poderia ser de outra forma quando se está entre as Astúrias e o País Basco... Temas para outras conversas...
A Cantábria é também desenvolvimento, e a sua grande cidade, Santander, disso é exemplo! Se a chegada até nos pode dar a sensação de estarmos a entrar numa zona muito industrializada, aí chegados, percebemos que as coisas são diferentes - cidade rica, com casas belíssimas e onde se encontra o "Palacio de la Magdalena", localizado na garbosa península com o mesmo nome! Santander apresenta as suas ruas, percorridas de gente distinta, sobretudo no seu centro perto da Catedral ("Santa María de la Asunción") e do ayutamiento.
É agradável também percorrer toda a marginal (não esquecer os "Jardines de Piquío") e mergulhar nas "Playas de los Peligros e de la Magdalena". No entanto, é no Sardinero e na "playa" com o mesmo nome que gostamos de estar... É lá que temos boas recordações...
Ir ao "Mercado de la Esperanza" é obrigatório, como é obrigatório percorrer os "Jardines de la Pereda" e toda aquela promenade... É obrigatório o Museu Marítimo e também o "Centro Botín". No entanto, é mesmo nas ruas que se sente a cidade e porque não no "Barrio Pesquero" - esta paixão por portos, enfim...
A Cantábria, comete o "erro" terrível de tirar uma percentagem do fascínio que temos quando chegamos às Astúrias. Porque de facto, é uma região única e singular, como o contrário... Se deixarmos as Astúrias e entrarmos na Cantábria, percebemos que afinal, toda aquela falta de fôlego está para continuar...
Sentemo-nos e apreciemos a "Bahía de Santander"... Até porque ao longe temos o "Estuário del Miera" e a "Playa de Somo"...
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