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Haver... Havia.... Não era grande coisa... Mas haver havia...
Fonte da Imagem: http://www.goethe.de/resources/files/jpg451/11dok695.jpg
"Uma história complexa, comovente e verdadeiramente profissional que tem de ser dividida em capítulos". Montargil Telegraph
"Trata-se de um romance sobre o amor, o emprego e a sociedade actual, uma verdadeira viagem ao mundo moderno". New Oeiras Times
"A Entrevista de Emprego, Apoios e os Pretos de Angola é uma história digna de ser apresentada no Teatro Romano". in Pensamentos, Marco Aurélio
Já vos disse que detesto cunhas e, à semelhança do António Esteves (jornalista da RTP), desprezo quem as pede, quem as dá e quem promove os indivíduos que delas usufruem. Tal postura tem as suas consequências: quando estou bem não tenho propriamente muitos amigos e quando estou mal não os tenho mesmo. Além de que, se quero emprego tenho de o procurar e sujeitar-me às condições que existem no mercado.
Ora... Para quem pensa assim é comum que tenha um historial de entrevistas bem vasto. Recordo-me da última entrevista a que fui e, quando pensamos que já vimos tudo...
Sou contactado durante uma tarde soalheira, o telemóvel toca (posso dizer telemóvel? Smartphone, talvez?), do outro lado uma senhora - vou-lhe dar o nome fictício de Cidalina - com uma tremenda voz de bagaço, pergunta-me:
-É o Robinson? ("Boa tarde, é o Robinson?", acho que teria ficado melhor).
Após ter confirmado quem era, a Cidalina diz que quer conversar comigo no dia seguinte porque gostou do meu currículo. Estaria tudo bem, até eu perguntar:
-E a entrevista é para? Está a ligar-me de? Para a posição de?
A atrapalhação da mesma foi evidente, mas acabei por ficar esclarecido que era uma dessas empresas de recrutamento com nome no mercado. Despedimo-nos com a promessa de que receberia um email entretanto.
Entretanto... Entretanto...
Deixei passar para o dia seguinte. Revi o anúncio e a candidatura, aferi quem era a senhora (uma assistente administrativa com o título pomposo de Project Manager - mais uma posição altamente especializada que se tornou banal). Aferi também que já era um anúncio com 3 meses. Às primeiras horas desse mesmo dia contactei novamente a senhora com voz de bagaço para verificar se estava tudo bem, afinal não recebi o email. Como não fui logo atendido, esperei um pouco, mas entretanto a chamada foi devolvida.
É interessante quando nos devolvem a chamada, nós atendemos... E a pessoa do outro lado fica muda e calada...
Aos meus comentários a resposta foi, "mas não recebeu o email? Tem de ver bem, veja a sua caixa de spam". Insisti que não tinha recebido mas que estava tudo alinhado da minha parte. A partir daqui seguiu-se um silêncio... Um silêncio que começou a ser incómodo ao que perguntei se estava tudo bem - cidalina estava à procura do email. Procurei deixar claro que podiamos passar essa fase, mas Cidalina perguntou, com ar de superioridade, "então como é que vem cá ter?".
Respondi, com o trabalho de casa feito:
-Não é na morada “X” conforme está no vosso website? Também foi por isso que a contactei, para confirmar.
-Ah! Então sabe vir cá ter! - Foi a resposta da Cidalina.
Despedimo-nos amavelmente e ficámos de ter o nosso date para daí a duas horas.
Cerca de 20 minutos depois lá recebi o email da senhora e não vinha como forward, ou seja, com aquele aspecto de quando reencaminhamos um email.
Continua...
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